COVID19 E UROLOGIA ONCOLÓGICA
Começo este artigo com um desejo de um excelente 2022 para todos, com muita saúde e trabalho!
Este ano de 2022 já começa com um novo pico de incidência de casos de COVID no Brasil e no mundo, desta vez pela variante Ômicron, que apresenta um alto potencial infectivo.
Novamente estamos assistindo às superlotações dos serviços de urgência e emergência de pacientes com sintomas gripais e o esgotamento de insumos tais como testes para detecção da infecção.
Concomitante a este fato, estamos assistindo também um surto de Influenza pelo H3N2, acentuando ainda mais os problemas listados no parágrafo anterior.
Os casos de COVID em Minas Gerais
Felizmente o aumento na ocorrência de novos casos não foi acompanhado do aumento de óbitos na mesma proporção (gráficos), mas não podemos relaxar as medidas de segurança.
Gráfico 1: óbitos por COVID19 em Minas Gerais.
Gráfico 2: novos casos de COVID19 em Minas Gerais.
A importância da vacinação
Existem diversas variáveis implicadas na evolução clínica desta variante, e a cobertura vacinal é uma delas, não deixe de tomar a vacina contra a COVID19.
Vamos continuar incentivando a vacinação e os demais cuidados de exposição, mas gostaria de chamar a atenção neste artigo para outro assunto correlacionado e importante.
A pandemia e os casos uro-oncológicos
O que vimos até agora com a pandemia é que diversos pacientes já diagnosticados ou suspeitos para neoplasias malignas urológicas tiveram seu tratamento postergado.
E muito deste atraso no tratamento indicado não é fundamentado e pode influenciar negativamente a evolução do caso, diminuindo inclusive as chances de cura.
A maioria dos consultórios de especialistas não apresenta exposição aumentada ao risco de contágio do COVID. São ambientes controlados, com normas rigorosas da vigilância sanitária e protocolos rígidos
Hospitais e clínicas também se enquadram neste cenário, geralmente com fluxos distintos para pacientes com sintomas respiratórios, com isolamento inclusive físico.

De acordo com o trabalho acima e outras evidências na literatura, nem todos os tratamentos oncológicos podem ser postergados, mesmo em vigência de situações pandêmicas.
Na Urologia especificamente os cânceres de próstata de alto risco/localmente avançados, câncer urotelial (bexiga e trato urinário alto) e câncer de testículo não devem ter seu tratamento postergado com risco de interferência negativa na chance de cura.
Não deixe de tirar suas dúvidas com seu médico urologista.
Temos que continuar vigilantes quanto ao COVID, mas não podemos descuidar dos demais problemas de saúde.
Referências:
– Dados sobre covid brasil – Pesquisa Google [Internet]. [citado 20 de janeiro de 2022]. Disponível em: https://bit.ly/dados-covid19-google-search
– Katims AB, Razdan S, Eilender BM, Wiklund P, Tewari AK, Kyprianou N, et al. Urologic oncology practice during COVID-19 pandemic: A systematic review on what can be deferrable vs. nondeferrable. Urol Oncol. outubro de 2020;38(10):783–92.