Trabalho recentemente publicado demonstra superioridade da Cirurgia Robótica da Próstata em relação as outras técnicas
Estudo atual publicado na revista JAMA atesta a vantagem da Cirurgia Robótica da Próstata em relação à cirurgia aberta e à cirurgia laparoscópica.
Em trabalho publicado em 25 de agosto de 2021 no jornal JAMA Network ficou claro a superioridade da cirurgia robótica de próstata no tratamento do câncer de próstata em relação à técnica aberta e laparoscópica pura.
O estudo que mostra que a Prostatectomia Radical Robótica (RARP) tem uma incidência menor de Incontinência Urinária (UI) e Disfunção Erétil (ED) em Relação à Cirurgia Aberta e Laparoscópica, foi realizado na Ásia com dados da “vida real” numa coorte populacional de mais de 1.400 pacientes.
Atualmente existem três técnicas cirúrgicas aceitas e mundialmente difundidas para o tratamento do câncer de próstata localizado, sendo elas:
- a prostatectomia radical robótica (RARP),
- a prostatectomia radical laparoscópica (LRP),
- a prostatectomia radical convencional ou aberta (ORP).
Muita controvérsia existe no meio urológico em relação à pergunta: qual é a melhor técnica?
Notadamente no quesito cura do câncer, as três técnicas são efetivas, com resultados excelentes, principalmente se comparados com outros tipos de câncer.
A dúvida principal recai sobre a incidência de sequelas importantes como resultado da ressecção radical oncológica, principalmente a incontinência urinária e a impotência sexual.
No momento atual apenas dois trabalhos randomizados estão disponíveis, mas com acompanhamento de curto prazo.
Sendo assim, este é o primeiro trabalho com acompanhamento de longo prazo a comparar diretamente as três técnicas quanto à evolução pós-operatória de até 3 anos.
O estudo analisado aqui mostra que pacientes submetidos a Prostatectomia Radical Robótica tem menos chance de ter Incontinência Urinária e Disfunção Erétil, se comparado à cirurgia aberta e laparoscópica
Nesta comparação a prostatectomia radical robótica foi melhor do que as outras duas técnicas sendo que os pacientes apresentaram uma incidência menor de incontinência urinária e impotência sexual ao final de 3 anos.
Alguns fatores tornam este estudo bem robusto.
O principal deles é que se trata de dados da vida real, ou seja, a performance não está viciada pelo fato de ter sido realizado em centros universitários ou de grande volume exclusivamente.
Além disso, é o primeiro estudo com prazo médio a longo de acompanhamento.
O ponto negativo fica no fato de ter sido realizado numa população asiática que pode não refletir a realidade de outras etnias.
Outro ponto interessante é que a cirurgia robótica foi melhor em todos os parâmetros analisados, inclusive necessidade de transfusão sanguínea, que foi respectivamente 24,1%, 12,7% e 7,2% para RARP, LRP e ORP.
O tempo de internação e dor pós-operatória também foram menores nos pacientes da cirurgia robótica.
Mais estudos de preferência randomizados e controlados comparativos entre as três técnicas são aguardados, mas com estes dados fica cada vez mais claro a vantagem, em base populacional, da utilização da cirurgia robótica para o tratamento dos tumores urológicos.
Fonte de referência:
Texto baseado no artigo “Comparison of Acute and Chronic Surgical Complications following Robot-Assisted, Laparoscopic, and Traditional Open Radical Prostatectomy among Men in Taiwan” escrito por Szu-Yuan Wu, MD, MPH, PHD; Chia-Lun Chang, MD; Chang-I Chen, PHD; Chung-Chien Huang, PHD. Publicado em Agosto de 2021.
